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Azul em Recuperação Judicial? A empresa responde

Segundo a Bloomberg, a companhia aérea brasileira Azul (AZUL4) está explorando diferentes opções para reestruturar sua dívida, segundo fontes da Bloomberg. Entre as alternativas estudadas pela empresa estão uma oferta de ações, a reestruturação da dívida com seus principais credores e, embora menos provável, um possível pedido de recuperação judicial nos moldes do Capítulo 11 dos Estados Unidos.

Hoje, as ações da Azul sofreram uma queda significativa de 24,14%, encerrando o pregão a R$ 5,50. A queda reflete as crescentes preocupações do mercado com a saúde financeira da empresa, em meio às incertezas sobre sua capacidade de reestruturar dívidas e enfrentar os desafios operacionais.

A Azul, que está trabalhando com consultores financeiros, também está avaliando a possibilidade de uma oferta subsequente de ações combinada com um acordo no setor aéreo. Fontes indicam que essa operação poderia envolver a aquisição da companhia aérea concorrente Gol.

Além disso, a Azul está em negociações com representantes do governo sobre um programa de auxílio financeiro para o setor. Ontem à noite, a Câmara dos Deputados aprovou o financiamento do FNAC, aguardando agora o veto presidencial, esperado para os próximos dias. A proposta inclui um orçamento anual de aproximadamente R$ 5 bilhões.

Os resultados do segundo trimestre da Azul destacaram preocupações com a alavancagem financeira da empresa, com a relação dívida líquida/EBITDA subindo para 4,5x devido à alta nos índices de câmbio. Em função desse aumento nos riscos de alavancagem, o BTG Pactual rebaixou a recomendação das ações da Azul para “Neutra”.

As recentes conversões de leasing também têm gerado preocupação, especialmente após o fim do período de carência para o vesting da dívida conversível. Os termos atuais previam um ambiente mais favorável, com preço de exercício acordado em R$ 36, bem acima do valor de mercado atual de R$ 5,50. Apesar da expectativa de que a Azul consiga renegociar esses pagamentos, a incerteza em torno dos termos e condições deixa o mercado cauteloso.

Uma possível oferta subsequente de ações nos preços atuais seria dilutiva, mas a empresa pode estar considerando essa alternativa junto a uma potencial aquisição da Gol, o que poderia alterar os parâmetros de avaliação. No entanto, ainda há pouca clareza sobre essas condições.

Apesar da recente valorização do real e da expectativa de um desempenho melhor do setor no segundo semestre, as questões de alavancagem da Azul devem continuar pressionando o desempenho das ações. O BTG Pactual mantém sua recomendação “Neutra” para o papel.

Fontes: Por Lucas, Fernanda e Marcelo,
Transportation & Capital Goods
BTG Pactual Research

Fontes: Bloomberg, BTG Pactual Research

Azul responde em Fato Relevante

A Azul S.A. emitiu hoje um comunicado para esclarecer uma notícia publicada pela Bloomberg em 28 de agosto de 2024, que foi mal interpretada. A companhia afirmou que suas operações em 2024 foram severamente impactadas por vários fatores, incluindo a desvalorização do real, enchentes no Rio Grande do Sul, uma redução temporária na capacidade internacional e atrasos na entrega de novas aeronaves.

Em resposta a esses desafios, a Azul desenvolveu um novo plano estratégico focado em melhorar sua estrutura de capital e liquidez, estando em negociações avançadas com seus principais stakeholders para otimizar sua estrutura de equity. A companhia destacou que está em posição de captar até US$ 800 milhões utilizando Azul Cargo como garantia.

Além disso, a Azul confirmou que está mantendo discussões com a Abra sobre possíveis parcerias ou combinações de negócios relacionadas à GOL, embora até o momento nenhum acordo tenha sido formalizado. A Azul reforçou seu compromisso com a transparência e manterá seus acionistas e o mercado informados sobre qualquer desenvolvimento significativo.

Veja o comunicado na íntegra ao final da página.

O que o mercado já sinalizava?

Graficamente, a ação já estava em uma tendência de baixa, com seu último pico em junho de 2023, quando atingiu a máxima de R$ 22,33, logo após ter rompido pela primeira vez o fundo do período da Covid.

Recentemente, em maio, a ação voltou a testar esse fundo, que foi efetivamente rompido em junho. Isso poderia já estar sinalizando alguma fragilidade ou era apenas um efeito secundário após sua rival GOL entrar com o pedido de Chapter 11?

O Sonar da Azul já indicava uma forte pressão vendedora, com posições sendo significativamente aumentadas no strike de R$ 7,40.

Outro indicador forte, o Tracker de Mercado da Investfy já apontava um momentum vendedor para o papel, sendo a ação com o Score mais negativo do Ibopespa.

Seria R$ 1,00 o próximo ponto de parada? Deixe sua opinião nos comentários.

 

Time Investfy

Escrito por Murilo

Amigo do clube, cuido da experiência dos membros Investfy.
Fã do mercado financeiro.

Investfy crew.

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