Dados financeiros:
- Receita Operacional Total: R$ 4,172.7 milhões, uma queda de 2,3% em comparação com o 2T23.
- Lucro Operacional: R$ 441,2 milhões, com uma margem operacional de 10,6%.
- EBITDA: R$ 1,052.6 milhões, representando uma margem EBITDA de 25,2%.
- Despesas Operacionais: R$ 3,731.6 milhões, um aumento de 1,5% em relação ao 2T23.
- Lucro Líquido Ajustado: R$ (744,4) milhões, com uma margem líquida ajustada de -17,8%.
Valor entre () destaca prejuízo.
Outros indicadores importantes incluem:
- CASK (Custo por Assento Quilômetro Oferecido): R$ 34,18 centavos, uma redução de 1,8% comparado com o 2T23.
- RASK (Receita por Assento Quilômetro Oferecido): R$ 38,22 centavos, uma queda de 5,4% em relação ao 2T23.
- Liquidez Imediata: R$ 2,517.8 milhões, 23,7% maior em comparação ao 2T23.
Mensagem da Administração:
Pontos Positivos:
- Resiliência Operacional: Mesmo enfrentando desafios significativos, como a desvalorização do real e as enchentes no Rio Grande do Sul, a Azul conseguiu manter um forte resultado operacional, com EBITDA de R$ 1,1 bilhão e uma margem EBITDA de 25,2%, uma das mais altas da indústria.
- Cultura e Dedicação dos Tripulantes: A administração destacou a paixão e a dedicação dos tripulantes, que foram essenciais para navegar pelos desafios do trimestre. A resposta rápida e eficiente da equipe em situações de crise, como as enchentes no Rio Grande do Sul, também foi elogiada.
- Iniciativas de Crescimento e Otimização: A implementação do plano “Eleva,” focado em aumentar receitas e reduzir custos, demonstra a capacidade da empresa de se adaptar e buscar continuamente a expansão da lucratividade e geração de caixa.
- Desempenho das Unidades de Negócio: As unidades de negócios da Azul, como o programa de fidelidade Azul Fidelidade e a Azul Viagens, mostraram um desempenho robusto, contribuindo significativamente para o RASK e EBITDA da empresa.
- Perspectivas Futuras Positivas: A administração expressou otimismo em relação ao futuro, especialmente com a chegada de aeronaves de nova geração e a melhoria nas vendas nas últimas semanas. A expectativa é que essa tendência se acelere no segundo semestre, tradicionalmente o período mais forte do ano para a empresa.
Pontos Negativos:
- Impacto das Enchentes e Redução de Capacidade: As enchentes no Rio Grande do Sul e a redução temporária da capacidade internacional impactaram negativamente os resultados do 2T24, com a empresa estimando uma perda de pelo menos R$ 200 milhões devido a essas condições adversas.
- Desvalorização do Real: A rápida desvalorização do real brasileiro (11,7% no final do período) impactou negativamente os resultados financeiros da Azul, especialmente em relação à dívida denominada em dólar e ao aumento dos preços de combustíveis.
- Queda nas Receitas: A receita operacional total caiu 2,3% em relação ao 2T23, o que reflete os desafios enfrentados durante o trimestre, incluindo fatores externos significativos que prejudicaram o desempenho financeiro.
- Desafios na Redução de Dívida: Embora a empresa esteja em processo de desalavancagem, a administração destacou que a desvalorização do real impactou negativamente o índice de alavancagem, que foi de 4,5x no 2T24.
Itens Não recorrentes que impactaram o balanço:
- Impacto das Enchentes no Rio Grande do Sul: As severas enchentes que afetaram o estado do Rio Grande do Sul em maio de 2024 tiveram um impacto negativo significativo nos resultados operacionais da Azul. O estado representa mais de 10% da capacidade total da empresa, e a redução das operações na região impactou negativamente o resultado do 2T24 em pelo menos R$ 200 milhões.
- Redução Temporária da Capacidade Internacional: A Azul experimentou uma redução temporária de 8% em sua capacidade internacional em comparação ao 2T23. Esta redução, que não é uma condição normal de operação, também contribuiu para a queda nas receitas operacionais durante o trimestre.
- Desvalorização do Real: A rápida desvalorização de 11,7% do real em relação ao dólar americano durante o trimestre impactou negativamente a dívida denominada em dólar e os custos operacionais relacionados a combustíveis. Esse impacto cambial é considerado um item não recorrente, pois resulta de flutuações cambiais excepcionais.
Análise Geral:
- Positivos:
- EBITDA Sólido: A Azul apresentou um EBITDA de R$ 1,1 bilhão, com uma margem de 25,2%, uma das mais altas da indústria, mostrando a capacidade da empresa de manter sua lucratividade operacional apesar dos desafios.
- Eficiência Operacional: Houve uma redução de 1,8% no CASK (Custo por Assento Quilômetro Oferecido), evidenciando ganhos de eficiência e a maior utilização de aeronaves de nova geração.
- Desempenho de Unidades de Negócio: As unidades de negócio, como Azul Fidelidade e Azul Viagens, mostraram desempenho robusto, contribuindo significativamente para os resultados da empresa.
- Liquidez: A liquidez imediata aumentou 23,7% em relação ao 2T23, o que demonstra uma gestão eficiente de caixa e posição de liquidez.
- Negativos:
- Queda na Receita: A receita operacional caiu 2,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, impactada por fatores não recorrentes como as enchentes no Rio Grande do Sul e a redução temporária da capacidade internacional.
- Desvalorização do Real: A rápida desvalorização do real em relação ao dólar impactou negativamente os custos e a dívida da empresa, elevando o índice de alavancagem.
- Lucro Líquido Ajustado Negativo: A empresa apresentou um prejuízo líquido ajustado de R$ 744,4 milhões, evidenciando que, apesar dos esforços operacionais, os desafios financeiros continuam a impactar o resultado final.
Perspectivas para o Futuro:
A administração da Azul expressa otimismo para o futuro, baseado nos seguintes pontos:
- Demanda Sazonal: A empresa espera uma aceleração na demanda corporativa e aumento nas tarifas com a chegada dos períodos sazonalmente mais fortes de primavera e verão no Brasil.
- Expansão da Frota: A chegada de novas aeronaves de última geração deve continuar a melhorar a eficiência operacional, reduzindo custos com combustível e aumentando a capacidade.
- Continuidade no Plano de Otimização: O plano “Eleva” de otimização de receitas e redução de custos já começou a ser implementado e deve continuar a contribuir positivamente para a lucratividade e a geração de caixa no futuro.
Conclusão:
Embora o trimestre tenha sido marcado por desafios significativos, a Azul demonstrou resiliência operacional e manteve uma posição de liquidez sólida. As perspectivas para o futuro são positivas, com a expectativa de melhora na demanda e o impacto contínuo das iniciativas de eficiência e expansão. No entanto, a empresa ainda precisa superar os impactos financeiros decorrentes da desvalorização do real e dos eventos não recorrentes que afetaram o trimestre.
Ação cai 10% após o resultado, o que os investidores estão achando?
No segundo trimestre de 2024, a Azul (AZUL4) apresentou resultados financeiros que decepcionaram os investidores, levando a uma queda de 8,05% nas ações da empresa. A companhia reportou um prejuízo líquido ajustado de R$ 744,4 milhões, um aumento de 31,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, impactado principalmente por variações cambiais e uma queda no resultado operacional.
A Azul revisou suas projeções para o restante do ano, reduzindo a previsão de crescimento da oferta de 11% para 7%, e a previsão de EBITDA de cerca de R$ 6,5 bilhões para acima de R$ 6 bilhões. A alavancagem também foi revisada para cima, de 3 vezes para aproximadamente 4,2 vezes.
O EBITDA ajustado da empresa foi de R$ 1,05 bilhão, uma queda de 9% em relação ao ano anterior, abaixo das expectativas dos analistas. A receita unitária (RASK) diminuiu cerca de 5% ano a ano, enquanto os custos unitários (CASK) caíram cerca de 2%. Analistas destacaram a revisão para baixo do guidance como um fator negativo e observaram uma margem EBITDA anualizada de aproximadamente 29%, sugerindo um risco de queda nas estimativas para o segundo semestre de 2024.
Apesar das sinalizações negativas, o Goldman Sachs manteve a recomendação de compra para as ações da Azul, enquanto o JPMorgan adotou uma postura neutra, destacando o poder de precificação da empresa em um mercado focado na reconstrução da lucratividade.
“No entanto, observamos que a combinação de resultados fracos no 2T e a revisão para baixo na orientação pode levar a uma reação negativa no preço das ações hoje”, afirmou em relatório o Goldman Sachs antes da abertura do mercado, o que de fato aconteceu.
Fonte da matéria acima: Azul: ação cai 10% com prejuízo e revisões; analistas divergem sobre se vale comprar (infomoney.com.br)