Olá Clube Investfy!
Hoje iremos revisitar a tese de Bradesco, após a diulgação dos resultados do 3tri2025.
Esta é uma tese que já acompanhamos por aqui algum tempo:
https://investfy.com/bradesco-o-que-mudou-o-que-ficou-claro-e-o-que-precisa-tempo/
https://investfy.com/bbdc4-habemus-inflexao/
1. Como a empresa ganha dinheiro?
Bradesco segue como um banco universal, com forte presença em varejo, seguros, crédito e atacado. O destaque continua sendo o segmento de seguros, responsável por cerca de 40% do lucro total, com ROE de 22,4% no 3T25. A diversificação de receitas permanece como um dos pilares da resiliência do banco.
2. Gestão: foco, coerência e execução.
Marcelo Noronha e equipe mantêm o tom firme e transparente. O plano “Change the Bank” e “Run the Bank” segue como eixo central da transformação. A gestão reafirma o compromisso com rentabilidade crescente, com apetite a risco moderado e foco em retorno ajustado ao risco. O engajamento interno é destaque, com 84% do quadro participando da pesquisa de cultura.

3. Métricas financeiras: consistência e disciplina
- Lucro líquido recorrente: R$ 6,2 bilhões (+2,3% t/t, +18,8% a/a)
- ROE: 14,7%, aproximando-se do custo de capital
- Receita total: R$ 35 bilhões (+13,1% a/a)
- Margem com clientes: R$ 18,6 bilhões (+19% a/a), com spread médio subindo para 9,0%
- Despesas operacionais: +9,6% a/a, mas com controle nas linhas sob gestão direta
- Eficiência operacional: mantida em torno de 50%
O gráfico mais importante da apresentação na minha visão é o de ajuste do footprint dos pontos de atendimento do banco, que já eliminou mais de 1600 pontos 2025 e deverá reduzir pouco menos de 1000 pontos de atendimento em 2026.
4. Qualidade da carteira: controle e inteligência
A inadimplência acima de 90 dias permanece estável em 4,1%. A carteira reestruturada caiu R$ 8,2 bilhões em 12 meses nos ativos problemáticos (redução de 27%). A participação das operações com garantia subiu para 59,5%. O banco segue com forte disciplina na originação, especialmente em linhas colateralizadas como FGI e FGO.
A despesas com PDD subiram pontualmente devido a evento único de 1 empresa de capital aberto conhecida. O montante já foi devidamente provisionado e não há previsão de impactos futuros. Não fosse este evento que resultou em torno de R$ 400 milhões em provisão, esta linha estaria flat.

5. Segmentos estratégicos: onde está o crescimento?
- Consignado privado: operação ganha tração com inadimplência de 5% (vs. 16% do mercado)
- SME: crescimento com qualidade e liderança em share nas linhas com garantia
- Imobiliário: retomada prevista com funding mais eficiente via LCI/LIG
- Veículos: crescimento acima do mercado no trimestre
- Seguros: resultado operacional de R$ 5,7 bilhões e lucro de R$ 2,5 bilhões no 3T25

6. Capital e guidance: estabilidade e prudência.
Capital nível 1 em 13,4% e capital principal em 11,4%. Guidance mantido, com desempenho na banda superior em quase todos os itens. A gestão optou por não revisar o guidance agora, mas já sinaliza otimismo para 2026.

7. Conclusão: a tese se confirma.
Bradesco entrega o que prometeu: crescimento com disciplina, transformação com produtividade e resultados com consistência. A gestão segue conservadora nas promessas, mas mostra que está no caminho certo. Para quem investe com visão de longo prazo e valoriza gestão de qualidade, o 3T25 reforça a tese.
Devemos continuar vendo bons resultados sendo reportados pela empresa nos próximos trimestres.
Forte abraço.
Rodrigo Silveira







Excelente, Rodrigo!
Ótimo relatório Rodrigo! Obrigado e parabéns!
Muito bom Rodrigo, não sei porque, bancos e seguradoras não gosto de analisar, e sempre aprendendo muito com vc aqui.