Ações dos EUA fecham em alta enquanto mercados aguardam mais cortes de juros – Resumo do Mercado dos EUA
16 de dezembro de 2024
As ações dos EUA fecharam em alta geral nesta segunda-feira, com os investidores se preparando para as decisões sobre taxas de juros de importantes bancos centrais ao longo da semana.
O S&P 500 subiu 0,4%, enquanto o Nasdaq 100 avançou 1,5%, alcançando um novo recorde. O rendimento do título do Tesouro de 10 anos permaneceu estável em 4,39%. O Bitcoin também atingiu um novo recorde.
O sentimento nos Estados Unidos é relativamente positivo, com a amplamente esperada redução de 0,25 ponto percentual na taxa de juros pelo Federal Reserve, prevista para quarta-feira, devendo oferecer novo suporte e ampliar o desempenho superior das ações. Isso contrasta com as perdas na Ásia e na Europa na segunda-feira, reflexo de dados de varejo mais fracos do que o esperado na China.
Historicamente, a maior parte dos ganhos do mercado de ações em dezembro ocorre na segunda metade do mês. O S&P 500 apresentou retorno líquido positivo durante este período em 78% das vezes desde 1957.
Os investidores também estão analisando dados econômicos recentes. Na segunda-feira, os dados mostraram que a atividade nos prestadores de serviços dos EUA está crescendo no ritmo mais rápido desde outubro de 2021. Por outro lado, uma medida da atividade industrial no estado de Nova York caiu no maior ritmo desde maio.
Brasil – Tesouro Aponta Cenário Fiscal Crítico com Déficits Persistentes e Despesas Explosivas
O relatório do Tesouro Nacional traz uma perspectiva alarmante para as contas públicas. Sem novas medidas de arrecadação, o governo descumprirá as metas fiscais entre 2026 e 2028. Mesmo com esforço adicional, as contas continuarão no vermelho até 2026, incluindo todo o mandato do presidente Lula. A meta de superávit de 0,25% do PIB em 2026 parece inalcançável no cenário atual.
As despesas obrigatórias crescem em ritmo insustentável, projetadas para subir 3% ao ano até 2034, superando o limite de 2,5% imposto pelo arcabouço fiscal. Esse crescimento coloca pressão sobre os gastos discricionários, limitando severamente a capacidade do governo de implementar novas políticas públicas. Sem cortes profundos ou aumento de receita, o desequilíbrio das contas públicas deve se agravar ainda mais.
Além disso, o pacote de contenção de despesas apresentado em novembro ainda não foi considerado nas projeções, aumentando as incertezas. O alerta do Tesouro é claro: sem mudanças estruturais, o descumprimento das metas fiscais é praticamente inevitável.
JP Morgan Rebaixa Avaliação de Dívida Soberana do Brasil por Risco Fiscal
O JP Morgan reduziu a recomendação da dívida soberana brasileira em moeda estrangeira para “market weight” em seu portfólio de mercados emergentes, citando o estresse no mercado local devido às incertezas fiscais.
Em outubro, o banco havia elevado a recomendação após o upgrade de rating pela Moody’s, mas alertou que as expectativas de crescimento e conformidade fiscal estavam otimistas demais. O atual impasse fiscal pode levar o governo a aumentar emissões de dívida, ampliando os riscos para os investidores.
Dólar
Apesar da intervenção do Banco Central com quase US$ 5 bilhões no mercado, o dólar futuro encerrou a R$ 6.158,50 (alta de 1,83%) impulsionado por incertezas fiscais e pela demanda sazonal de remessas de fim de ano.
Aproximadamente às 9h35 o BC realizou a intervenção, quando a cotação era de 6.103,50.
Declarações de Donald Trump sobre tarifas contra o Brasil e um relatório do Tesouro indicando descumprimento das metas fiscais a partir de 2026 agravaram o cenário. Enquanto isso, o índice DXY caiu 0,13%, com o euro e a libra apresentando leve alta.
Juros
Os juros futuros fecharam em forte alta nesta segunda-feira, pressionados por fatores internos e externos. O destaque ficou para os DIs:
- DI Jan/26 subiu para 15,065% (de 14,845%);
- DI Jan/27 alcançou 15,520% (de 15,050%);
- DI Jan/29 marcou 15,270% (de 14,650%);
- DI Jan/31 avançou para 14,990% (de 14,350%);
- DI Jan/33 fechou em 14,750% (de 14,110%).
As altas foram motivadas por incertezas fiscais no Congresso, críticas do presidente Lula ao patamar de juros, declarações protecionistas de Donald Trump contra o Brasil e um alerta do Tesouro sobre o risco de descumprimento das metas fiscais a partir de 2026.
Ibovespa
Ibovespa fecha em baixa com incertezas fiscais e queda de grandes bancos
O Ibovespa recuou 0,84%, encerrando aos 123.560,06 pontos, com volume de R$ 22,7 bilhões. O índice foi pressionado por questões fiscais, quedas no setor bancário e na Vale, enquanto frigoríficos e Grupo Pão de Açúcar tiveram desempenho positivo. Automob chamou atenção ao saltar 180% em sua estreia no índice.
Destaques de ações:
- Bancos: Bradesco ON (-1,90%), Santander (-1,24%), Itaú (-1,09%), Bradesco PN (-1,65%), Banco do Brasil (-1,43%).
- Frigoríficos: Minerva (+5,58%), Marfrig (+4,93%), JBS (+2,73%).
- Grupo Pão de Açúcar: +15,61%.
- Automob: +180,09%.
- Petrobras: ON (-0,97%), PN (-0,42%).
- Maiores perdas: Vamos (-8,45%), Assaí (-6,09%), Magazine Luiza (-5,37%).