Neste artigo, compartilho uma abordagem que alia disciplina, flexibilidade e propósito, buscando sempre o equilíbrio entre rentabilidade e paz interior.
🔄 Flexibilidade com Coerência
Manter posições inalteradas em qualquer cenário pode não ser a abordagem mais adequada, pois diferentes fases do ciclo econômico podem exigir ajustes, desde que alinhados à estratégia geral.
Por exemplo, em momentos de juros em alta, podemos dar preferência a empresas maiores, mais resilientes, e, em especial, aos setores financeiro e de utilidade pública e telecomunicações. Já em cenários de estabilização ou início de ciclo de queda de juros, podemos voltar o foco às small caps, especialmente aquelas com baixo endividamento ou caixa líquido.
Quando o ciclo de corte de juros estiver mais consolidado, até mesmo empresas menores com dívida mais elevada, mas com fundamentos sólidos e potencial de crescimento, também podem entrar no radar.
💰 Proventos Como Âncora Emocional
Empresas pagadoras de dividendos ocupam papel importante na carteira. Ver os proventos entrando na conta, mesmo em momentos de queda nas cotações, ajuda a manter a disciplina e o foco no longo prazo. O retorno passivo, mais do que um objetivo, funciona como um suporte psicológico.
📊 Diversificação com Lógica Estratégica
A diversificação não segue uma regra fixa, mas sim uma alocação pensada conforme o perfil de risco de cada setor:
• Small caps: alocação individual menor, podendo aumentar em situações de desconto relevante.
• Empresas de commodities: similar às small caps, podendo representar uma fatia maior em momentos de forte assimetria, dependendo do perfil e apetite ao risco do investidor.
• Utilidade Pública e Telecomunicações: setores tradicionalmente resilientes na bolsa, com receitas previsíveis e fluxo de caixa estável. São reconhecidos como bons pagadores de proventos, podendo oferecer proteção em períodos de maior volatilidade do mercado, oferecendo assim uma boa possibilidade de ocupar uma posição relevante na carteira.
• Setor financeiro: pode representar a maior parcela da carteira em renda variável, juntamente com os setores de Utilidade Pública e Telecomunicações. É um setor resiliente, altamente lucrativo e pagador de dividendos — e, em muitos países, é a base que sustenta a economia como um todo.
🧮 Avaliação Setorial e Indicadores Contextualizados
A leitura de múltiplos e indicadores não pode ser feita de forma genérica. Cada setor tem suas particularidades:
- Dívida líquida elevada pode ser aceitável em setores com alta previsibilidade de receita.
- Múltiplos como P/VP ou P/L precisam ser relativizados conforme o tipo de empresa e o ciclo de mercado.
- Estatais exigem filtros adicionais, especialmente relacionados à governança e demais riscos.
Avaliar corretamente o contexto setorial e macroeconômico é essencial para evitar decisões equivocadas.
🧠 Margem de Segurança e Gestão de Posição
A construção e desmontagem de posições pode seguir uma lógica baseada em preço teto e margem de segurança. Quando a cotação se aproxima do preço teto, pode-se reduzir gradualmente a exposição, especialmente se a cotação estiver em máximas históricas ou em zonas de resistência técnica.
Nas compras, quanto maior a distância entre o preço teto e a cotação atual (desde que a empresa tenha sido bem estudada), maior pode ser o apetite para aporte. As posições são montadas de forma fracionada – com flexibilidade para aumentar esse percentual em situações de oportunidade, podendo-se utilizar a análise gráfica para auxiliar na tomada de decisão.
🧭 Autoconhecimento como Pilar da Estratégia
Mais importante do que conhecer empresas é conhecer a si mesmo. A estratégia precisa estar alinhada ao perfil emocional, objetivos de vida e responsabilidades pessoais. Não adianta seguir uma filosofia que gera ansiedade, exige atenção que você não pode dar ou vai contra o seu momento de vida.
Ter uma visão clara do que se busca com os investimentos — seja independência financeira, liberdade de tempo ou outro objetivo — ajuda a escolher melhor os ativos e evitar decisões baseadas em ruídos de mercado.
📌 Tese Central: Cotação Acompanha Resultado
No curto prazo, o mercado é volátil e muitas vezes irracional. Porém, no médio e longo prazo, os preços tendem a convergir para os fundamentos. Por isso, o foco está em empresas com resultados consistentes e negociadas com desconto em relação ao seu valor intrínseco.
✅ Conclusão
Investir bem não é copiar a estratégia de alguém ou seguir uma fórmula pronta. É construir um método que combine lógica de mercado, disciplina pessoal e clareza de propósito.
Uma boa estratégia é aquela que respeita seus valores, seus limites e seu atual momento de vida — e que você consegue seguir com serenidade, mesmo nos períodos mais difíceis.
No fim, o verdadeiro objetivo não é apenas ganhar mais dinheiro, mas construir uma vida com mais equilíbrio, liberdade e significado.
Muito bom André, perdeu o …. de escrever aqui. Seja muito bem-vindo
Muito bom André…
Muito bom André, esses conceitos e clareza tem que esta na cabeça de todo investidor
Perfeito André. Temos que partir por uma lógica simples como você mesmo destacou.
No meu operacional, eu gosto de empresas de cmmdty (oil e iron(no ciclo certo)), IFNC, UTIL.
Varejo e Construtora é bacana no CICLO certo da inversão dos juros. Tudo em seu momentum.
Conhecendo a mim mesmo, pouco tempo e aversão a risco. Faço muito swing trade e position para dias nesses ciclos de boas empresas.