Ibovespa
O Ibovespa fechou em forte baixa de 2,40%, aos 124.610,41 pontos, pressionado pela decepção do mercado com o pacote fiscal do governo, considerado insuficiente.
Sem a referência de Nova York devido ao feriado de Ação de Graças nos EUA, o volume financeiro foi de R$ 27,5 bilhões, acima da média diária de outubro.
A alta dos juros futuros impactou principalmente papéis ligados ao ciclo econômico, enquanto exportadoras foram beneficiadas pela valorização do dólar.
Destaques das ações:
Maiores quedas:
- MRV: -14,10% (R$ 5,30)
- CVC: -13,38% (R$ 2,33)
- Lojas Renner: -10,16% (R$ 14,50)
Bancos:
- Bradesco PN: -4,20% (R$ 12,76)
- Bradesco ON: -3,69% (R$ 11,23)
- Itaú: -3,60% (R$ 32,68)
- Santander: -3,04% (R$ 24,90)
- Banco do Brasil: -2,93% (R$ 24,48)
Blue chips:
- Petrobras ON: -1,67% (R$ 41,75)
- Petrobras PN: -1,03% (R$ 38,59)
- Vale: -1,03% (R$ 57,53)
Maiores altas:
- JBS: +3,35% (R$ 36,38)
- Suzano: +3,00% (R$ 61,53)
- SLC Agrícola: +2,64% (R$ 17,52)
- Klabin: +1,97% (R$ 21,71)
Pacote do Haddad
O pacote fiscal do governo brasileiro gerou fortes críticas e dúvidas no mercado, com analistas questionando sua efetividade e viabilidade política.
Instituições como Tendências, Goldman Sachs, UBS e Bradesco Asset destacaram a dificuldade em alcançar a meta de economia de R$ 70 bilhões, projetando resultados menores e apontando riscos fiscais elevados.
A isenção de IR para salários até R$ 5 mil foi considerada problemática por ofuscar o esforço fiscal e aumentar a pressão sobre o Banco Central para conter a inflação.
O consenso é que o pacote carece de ambição, apresenta impacto limitado e enfrenta grandes desafios para aprovação no Congresso, gerando incerteza sobre a sustentabilidade das contas públicas.
Leia mais detalhes aqui: https://investfy.com/mercado-reage-ao-pacote-fiscal-criticas-duvidas-e-preocupacoes/
Dólar
O dólar atingiu a inédita marca de R$ 6 nesta quinta-feira, refletindo a piora na percepção de risco fiscal após a decepção do mercado com o pacote fiscal do governo, que combinou medidas de redução de gastos, isenção de IR para salários até R$ 5 mil e tributação dos mais ricos.
Economistas questionaram a efetividade e magnitude das medidas, que devem gerar apenas 60% da economia projetada de R$ 70 bilhões, além de levantar dúvidas sobre a aprovação pelo Congresso.
O dólar à vista fechou em alta de 1,29%, a R$ 5,9895, um recorde histórico nominal, e atingiu R$ 6,0036 no intradia. O dólar futuro para dezembro subiu 0,64%, a R$ 5,9975.
Externamente, o feriado nos EUA limitou a liquidez, com o índice DXY em leve alta de 0,06%.
Juros
Os juros futuros no Brasil subiram forte nesta quinta-feira, com alguns vencimentos chegando a 14%, devido à má recepção ao pacote fiscal do governo, que inclui isenção de IR para salários até R$ 5 mil.
Economistas contestaram a projeção de economia de R$ 70 bilhões, estimando apenas R$ 45 bilhões em dois anos.
O mercado reagiu com preocupações sobre inflação, disparada do dólar e incertezas fiscais, incluindo dúvidas sobre a compensação fiscal prometida.
Esse cenário reforçou expectativas de uma postura mais hawkish do Banco Central, com prolongamento do ciclo de alta da Selic.
Destaque dos DIs no fechamento:
- Janeiro/26: 13,910% (de 13,500% ontem)
- Janeiro/27: 14,040% (de 13,620%)
- Janeiro/29: 13,910% (de 13,450%)
- Janeiro/31: 13,750% (de 13,290%)
- Janeiro/33: 13,630% (de 13,160%)