Principais eventos da semana:
– Decisão da Taxa de Juros – FOMC EUA
– Decisão da Taxa de Juros – COPOM Brasil
– Conferência de Imprensa do FED
– Vendas no Varejo
Destaques Brasil
O Comitê de Política Monetária (Copom) deve elevar a taxa Selic na próxima “Super Quarta”. Esse movimento é esperado devido à pressão inflacionária e à necessidade de conter a alta do dólar.
O mercado brasileiro prevê um aperto monetário devido a fatores internos, como o crescimento econômico acima do esperado, a inflação de serviços elevada e a valorização do dólar, que acumula alta de quase 15% em 2024. O Copom considera esses riscos, reforçados por indicadores recentes, como o aumento de 1,4% no PIB do segundo trimestre, apesar da deflação em agosto. Esses fatores sustentam a expectativa de alta da taxa Selic, mesmo com a flexibilização monetária em outras economias avançadas.
Dois fatores principais estão pressionando a alta da Selic. O primeiro é o impacto da política fiscal, com o aumento da dívida pública, que eleva os prêmios de risco e afeta a precificação dos ativos financeiros. Esse desequilíbrio fiscal compromete a eficácia da política monetária, exigindo uma postura mais restritiva para evitar que a taxa básica de juros fique atrás da curva de juros futura.
As recentes declarações do governo federal sobre ampliar a isenção do imposto de renda, buscar aumentos de impostos e financiar o Auxílio-Gás fora do orçamento público aumentam a incerteza do mercado quanto à trajetória da dívida. A falta de medidas concretas para conter o crescimento do endividamento público reforça essa desconfiança.
No curto prazo, o foco fiscal será o Relatório Bimestral de Receitas e Despesas do Ministério do Planejamento, previsto para ser divulgado até o dia 22. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já antecipou que o planejamento de receita será revisado devido à frustração das receitas esperadas pelo Carf, com alta probabilidade de novo contingenciamento e bloqueio de despesas.
A transição na presidência do Banco Central é outro fator que influencia a alta da Selic. Gabriel Galípolo, indicado para substituir Roberto Campos Neto, adota um discurso rígido para afirmar sua autonomia em relação ao governo, o que reforça as expectativas de aperto monetário. O Copom, neste cenário, deve iniciar um ciclo de alta da Selic com um aumento de 25 pontos-base, levando a taxa de 10,5% para 10,75%, com projeções de uma taxa final entre 11,75% e 12%.
Destaques do Mundo
· Domingo (15 de setembro): Investimento Estrangeiro Direto de agosto da China.
· Segunda-feira (16 de setembro): Feriado na China e Japão; Balança comercial de julho da Zona do Euro; Boletim Focus.
· Terça-feira (17 de setembro): Feriado na China; Balança comercial de agosto do Japão.
· Quarta-feira (18 de setembro): Inflação ao consumidor de agosto do Reino Unido e da Zona do Euro.
· Quinta-feira (19 de setembro): Taxa de juros do Banco da Inglaterra (BoE) e do Banco Popular da China; Inflação ao consumidor nacional de agosto do Japão.
· Sexta-feira (20 de setembro): Taxa de juros do Banco do Japão (BoJ); Vendas no varejo de agosto do Reino Unido; Discurso de Christine Lagarde, do Banco Central Europeu (BCE).
· China: O Banco Popular da China (PBOC) deverá manter a taxa de juros estável.
· Japão: O Banco do Japão (BOJ) também deve manter suas taxas de juros inalteradas.
O Banco do Japão (BoJ) voltou ao centro das atenções ao elevar a taxa de juros de 0% para 0,25% em julho, o que contribuiu para a “segunda-feira sangrenta” de 5 de agosto, quando os investidores buscaram ativos seguros e as operações de carry trade se tornaram mais caras. A sinalização do BoJ de um aperto monetário gradual ajudou a acalmar o mercado no mês passado. O BoJ deve manter a taxa em 0,25% na reunião da próxima semana, mas é esperado um novo aumento de 25 pontos-base em dezembro. O banco central japonês adotará uma abordagem cuidadosa para não causar mais volatilidade e evitar implicações políticas, com a meta de elevar a taxa básica a 1% ao longo do ciclo.
· Reino Unido: O Banco da Inglaterra (BOE) deve seguir a mesma tendência e manter as taxas estáveis.
Estados Unidos
· Terça-feira (17 de setembro): Vendas no varejo e produção industrial de agosto.
· Quarta-feira (18 de setembro): Decisão sobre taxas de juros e Projeções Econômicas (Dot-Plot) do FOMC.
· Sexta-feira (20 de setembro): Discurso de Harker, membro do FOMC.
O Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) deve iniciar um ciclo de corte de juros, refletindo uma política monetária mais acomodatícia para estimular a economia.
O foco do FOMC agora é o mercado de trabalho e a decisão sobre cortes na taxa de juros. O mercado está dividido entre cortes de 25 pontos-base ou meio ponto percentual, com uma leve preferência por um corte modesto de 0,25 ponto. O conservadorismo pode prevalecer devido a uma leve alta nos núcleos da inflação e à necessidade de avaliar dados de vendas no varejo e produção industrial antes da decisão. Após a reunião, a atenção se voltará para possíveis futuros cortes em 2024 e as projeções econômicas do Fed para os próximos anos, que indicarão a trajetória dos cortes até o fim do ciclo de flexibilização.
Agenda de Dados
Segunda 16/09
- China: Feriado
- EUA 09:30: Índice de Atividade Industrial NY Empire State SET
Terça 17/09
- China: Feriado
- EUA 09:30: Vendas no Varejo AGO
- EUA 10:15: Produção Industrial AGO
Quarta 18/09
- Brasil: Vencimento de opções sobre Ibovespa
- EUA 09:30: Alvarás de Construção Preliminar AGO
- EUA 15:00: Decisão sobre a Taxa de Juros do Fed
- EUA 15:30: Conferência de Imprensa do Fed
- EUA 18:30: Decisão sobre Taxa de Juros
Quinta 19/09
- EUA 09:30: Índice de Atividade Industrial Fed Filadélfia SET
- EUA 09:30: Pedidos Iniciais por Seguro-Desemprego SEP/14
- EUA 11:00: Vendas de Casas Existentes AGO
Sexta 20/09
- Brasil: Vencimento de opções sobre ações
- Brasil 10:30: Receita Tributária Federal