Principais eventos da semana:
- FOMC – Decisão de taxa de Juros – FED
- Ata do COPOM – BCB
- Inflação EUA – PCE
Brasil
O Banco Central surpreendeu na última quarta-feira (11) com uma aceleração de 1 ponto percentual na alta da taxa Selic, além de indicar novas altas na mesma magnitude nas duas primeiras reuniões de 2025. O objetivo era reduzir os prêmios de risco nos vértices longos da curva de juros e recuar a taxa de câmbio. Inicialmente, a medida surtiu efeito, mas incertezas em relação à tramitação do pacote fiscal e à saúde do presidente Lula reacenderam a aversão ao risco no mercado.
A Câmara dos Deputados suspendeu atividades para focar na votação da regulamentação da reforma tributária, do pacote fiscal e da Lei de Diretrizes Orçamentárias na próxima semana. Porém, há risco de desidratação na proposta de economia de R$ 71,6 bilhões para os próximos dois anos, com o mercado estimando valores entre R$ 40 bilhões e R$ 50 bilhões.
Na terça-feira (17), será divulgada a ata da última reunião do Copom, e na quinta-feira (19), o último Relatório Trimestral de Inflação (RTI). No mesmo dia, Roberto Campos Neto fará sua despedida do Banco Central em uma coletiva, ao lado de Diogo Guillen e Gabriel Galípolo, este último assumindo a presidência em 2025.
Outros destaques incluem:
- Boletim Focus (segunda-feira): Atualizações das projeções de IPCA, IGP-M e PIB para os próximos anos.
- Arrecadação de novembro (sexta-feira): Projeções indicam novos recordes, mas os gastos elevados comprometem o alcance do déficit primário zero.
A desvalorização do real, com o dólar acima de R$ 6,00, e a atividade econômica acima do potencial pressionam a inflação. O mercado estima um déficit primário de 0,5% do PIB em 2024, acima da meta de 0,25% proposta pelo governo.
Estados Unidos
A semana nos EUA será marcada por decisões importantes:
- Federal Reserve (quarta-feira): Expectativa de corte de 25 pontos-base, reduzindo a taxa para o intervalo de 4,25%-4,5%. Também serão divulgadas projeções econômicas, com o mercado esperando menos cortes de juros em 2025.
- PIB do terceiro trimestre (quinta-feira): Espera-se confirmação de crescimento de 2,8%.
- Índice PCE (sexta-feira): Indicador de inflação preferido do Fed.
Os dados econômicos serão observados com atenção para avaliar o impacto das medidas recentes e o comportamento do mercado de trabalho e da inflação.
Resto do Mundo
China e Zona do Euro
- No domingo e na madrugada de segunda-feira, dados de atividade econômica da China e PMIs de dezembro do Japão, Reino Unido, Alemanha, França e Zona do Euro serão divulgados. A China busca sinais de recuperação após estímulos recentes, enquanto a Europa lida com estagnação ou recessão, especialmente na Alemanha e França.
Reino Unido e Japão
- Reino Unido (quinta-feira): O Banco da Inglaterra deve manter a taxa de juros em 4,75%.
- Japão (quinta-feira): O Banco do Japão deve manter sua política monetária, aguardando dados de crescimento salarial. Uma possível alta de 25 pontos-base, para 0,5%, é esperada somente em março.
Para semana, sigo com a “bunda na parede” em relação a cases sensíveis à juros.
Situação bem complicada na curva de juros. Governo está muito perdido.
Focar em empresas com a receita dolarizada segue fazendo sentido.