Principais desafios da PRIO no 2T25
O preço médio do barril de Brent caiu para US$ 66,9 no período, refletindo uma desaceleração significativa em relação ao ano anterior e pressionando as margens das petroleiras brasileiras.
O EBITDA da PRIO sofreu redução de 38% em relação ao trimestre anterior, chegando a US$ 276 milhões, segundo estimativas do Bradesco BBI.
A XP Investimentos projeta um lucro líquido de US$ 166 milhões, impactado por queda de 8% na produção diária e de 20% nos volumes de vendas, devido a paradas programadas e falhas técnicas no FPSO Frade.
As principais causas desse desempenho foram a queda do preço internacional do petróleo e desafios operacionais, como a preparação para o início da produção do campo de Wahoo e problemas técnicos de compressão de gás.
Perspectivas para o segundo semestre e médio prazo
Apesar dos resultados abaixo do esperado no 2T25, analistas mantêm uma visão construtiva para a PRIO no médio prazo.
Há expectativa de recuperação das vendas já no próximo trimestre, com potencial de crescimento da produção para 2026, impulsionado pelo início das operações em Wahoo e pela consolidação da fatia adicional no campo de Peregrino.
O desempenho futuro dependerá da retomada dos preços internacionais do petróleo e do sucesso operacional nos novos projetos.
Evolução financeira e endividamento da PRIO
Desde 2019, a PRIO registra evolução expressiva, com crescimento robusto de receita, lucro e geração de caixa.
Em 2024, a empresa reportou receita líquida de R$ 14,36 bilhões e lucro líquido de R$ 10,30 bilhões, com margens operacionais elevadas e fluxo de caixa operacional de R$ 9,67 bilhões.
A partir de 2023, o endividamento passou a ser positivo e crescente, atingindo R$ 18,44 bilhões em 2024, o que exige atenção em cenários de receitas pressionadas.
Comparativo com concorrentes e riscos do setor de petróleo
No mesmo trimestre, empresas como Brava Energia e PetroReconcavo também sentiram o impacto do Brent mais baixo.
A Brava conseguiu mitigar parte dos efeitos negativos, aumentando a produção e obtendo ganhos operacionais.
O setor de petróleo segue exposto à volatilidade dos preços internacionais, o que afeta especialmente empresas mais alavancadas ou com portfólios pouco diversificados.
Drivers de crescimento e ameaças para a PRIO
Entre os principais vetores de crescimento da PRIO estão a entrada operacional de novos campos, como Wahoo, e a consolidação em Peregrino, que podem aumentar significativamente os volumes produzidos e comercializados.
Por outro lado, a dependência dos preços internacionais do petróleo e possíveis falhas operacionais seguem sendo fatores de risco relevantes para a companhia.
Resumo estratégico e pontos de atenção para investidores
A PRIO mantém fundamentos sólidos, com capacidade de geração de caixa e margens elevadas, além de um portfólio de ativos em expansão.
O trimestre mais fraco destaca a importância de monitorar o cenário externo, a execução operacional e o aumento do endividamento.
O desempenho futuro da PRIO dependerá da retomada dos preços do petróleo, do sucesso nos novos projetos e da gestão eficiente da dívida.