Ações Sobem Enquanto Tarifas sobre Aço Pairam sobre os Mercados – Resumo do Mercado dos EUA
10 de fevereiro de 2025
As ações começaram a semana em alta, recuperando-se de uma queda causada por preocupações com a inflação e ameaças comerciais dos EUA. O dólar se valorizou, e o ouro atingiu um recorde histórico.
O avanço nos mercados acionários foi liderado pelo setor de tecnologia, com o Nasdaq 100 subindo mais de 1% nesta segunda-feira. A Nvidia estendeu sua sequência de ganhos para 15% em cinco dias, enquanto a Meta Platforms subiu pela 16ª sessão consecutiva. O setor de materiais também se destacou após Donald Trump anunciar planos para impor tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio nos EUA. Como resultado, United States Steel e Alcoa subiram pelo menos 2,2%.
Trump anunciou no domingo que as tarifas sobre aço e alumínio se aplicarão a todos os países, incluindo México e Canadá, principais fornecedores dos EUA. No entanto, ele não especificou a data de início das tarifas. O presidente também afirmou que irá impor tarifas recíprocas sobre países que taxam as exportações americanas.
Além do cenário global de comércio, os investidores também estarão atentos aos dados de inflação desta semana e ao testemunho do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, no Congresso. De acordo com a pesquisa de Expectativas de Consumidores do Federal Reserve de Nova York, divulgada na segunda-feira, as expectativas de inflação para um ano e três anos permaneceram inalteradas em 3%.
Os hedge funds tornaram-se grandes compradores de ações dos EUA na última semana, mudando de uma postura pessimista para uma mais otimista, impulsionados por relatórios de lucros acima do esperado. Eles compraram ações americanas no ritmo mais rápido desde novembro, registrando o maior volume líquido de compra de ações individuais em mais de três anos, segundo um relatório do Goldman Sachs Group Inc. sobre a semana encerrada em 7 de fevereiro. A maior atividade ocorreu no setor de tecnologia da informação.
Ibovespa
O Ibovespa fechou em alta de 0,76%, aos 125.571,81 pontos, impulsionado por ações de commodities e bancos, apesar da baixa liquidez (R$ 17,2 bilhões).
O mercado reagiu à notícia de que Donald Trump pretende impor tarifas de 25% sobre importações de aço e alumínio, incluindo produtos brasileiros. Empresas menos expostas à medida, como Gerdau e Metalúrgica Gerdau, se destacaram entre as maiores altas.
Destaques da sessão:
Maiores altas:
- Automob: +16,00% (R$ 0,29)
- Cogna: +5,92% (R$ 1,61)
- Vamos: +5,42% (R$ 4,28)
- Gerdau: +5,21% (R$ 17,57)
- Metalúrgica Gerdau: +4,81% (R$ 9,80)
Ações de commodities:
- Petrobras ON: +0,83% (R$ 40,03)
- Petrobras PN: +0,68% (R$ 36,83)
- Vale: +1,04% (R$ 55,40)
Bancos:
- Itaú: +1,09% (R$ 34,29)
- Bradesco ON: +0,83% (R$ 10,97)
- Banco do Brasil: +0,14% (R$ 27,82)
- Bradesco PN: +0,08% (R$ 12,00)
Maiores quedas:
- Azul: -3,17% (R$ 3,66)
- Embraer: -2,13% (R$ 60,97)
- BTG Pactual: -1,77% (R$ 31,55)
- Santander: -0,98% (R$ 26,15)
Dólar
O dólar fechou em leve queda de 0,13%, cotado a R$ 5,7854, em um dia de baixa liquidez e ausência de novos direcionadores. O mercado esperava uma valorização com as possíveis tarifas dos EUA sobre o aço, mas a falta de ações concretas reduziu o impacto.
O euro comercial recuou 0,37%, para R$ 5,9634, atingindo o menor nível desde 16 de julho de 2024.
Juros
Os juros futuros encerraram a sessão com leve baixa nos vencimentos mais curtos e estáveis nos prazos mais longos, com investidores aguardando o IPCA de janeiro, que será divulgado na terça-feira. O mercado ignorou a piora nas expectativas de inflação do boletim Focus e se manteve estável diante do recuo do dólar, da queda nos juros dos Treasuries e da ausência de novidades de Brasília. A ameaça de Trump de impor tarifas sobre importações de aço e alumínio não impactou os ativos, pois os investidores consideram a possibilidade de reversão.
Destaques dos DIs no fechamento:
- DI Jan/26: 14,975% (queda de 15,020%)
- DI Jan/27: 15,160% (queda de 15,195%)
- DI Jan/29: 14,885% (queda de 14,900%)
- DI Jan/31: 14,840% (leve alta de 14,820%)
- DI Jan/33: 14,770% (estável)
Petróleo
O petróleo fechou em alta impulsionado pelo risco de colapso do cessar-fogo entre Israel e Hamas e pela inflação na China, que sugere recuperação econômica e aumento na demanda por combustíveis. O Hamas declarou que suspenderá a liberação de reféns até que Israel cumpra o acordo, aumentando as tensões geopolíticas.
Fechamento:
- Brent (abril): +1,62%, a US$ 75,87 por barril (ICE)
- WTI (março): +1,85%, a US$ 72,32 por barril (Nymex)
Bitcoin
O Bitcoin fechou em alta, impulsionado por fatores econômicos dos EUA. Traders monitoram os anúncios de tarifas de Donald Trump e os dados de emprego, que podem influenciar as decisões do Fed. O mercado também aguarda possíveis medidas de Trump para o setor de criptomoedas.
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