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Tensão Global e Impacto no Mercado: Petróleo e Ibovespa em Alta

1 de outubro de 2024

O rali persistente das ações foi interrompido na terça-feira, quando os investidores recuaram para segmentos mais seguros do mercado devido à intensificação do conflito no Oriente Médio.

Ativos de refúgio tiveram forte alta, com títulos, petróleo, ouro e o dólar americano subindo após o Irã disparar uma série de mísseis contra Israel, em resposta ao avanço das forças armadas no Líbano. Segundo um relatório anterior, os EUA estão apoiando ativamente as preparações para defender Israel.

O ouro subiu brevemente acima de US$ 2.670 por onça durante o dia de negociação, enquanto o petróleo atingiu US$ 71 por barril.

Caso o conflito diminua, espera-se que as ações, especialmente as de tecnologia, se recuperem. O setor de tecnologia foi o pior do dia, com a Apple e a NVIDIA caindo cerca de 3%. O Nasdaq 100 reduziu uma queda de mais de 2% para um recuo de 1,4% nas negociações da tarde. O S&P 500 caiu 0,93%, enquanto os títulos do Tesouro mantiveram o avanço.

O confronto ofuscou os sinais mistos dos dados econômicos divulgados na terça-feira. O índice de preços ISM dos EUA caiu pela maior margem desde maio de 2023, enquanto as vagas de emprego em agosto subiram para o nível mais alto em três meses, contrariando outras leituras que indicam uma desaceleração na demanda por trabalhadores. Os rendimentos do Tesouro permaneceram mais baixos, com o título de 10 anos flutuando em torno de 3,74%.

Greve dos Portos

A greve dos estivadores nos EUA fechou todos os principais portos da Costa Leste e do Golfo do México pela primeira vez em quase 50 anos. A paralisação afeta 36 portos, que movimentam até metade do comércio dos EUA, interrompendo operações de contêineres e embarques de automóveis, mas sem impactar diretamente o fornecimento de energia e carga a granel. 

A perda econômica estimada é de US$ 3,8 a US$ 4,5 bilhões por dia, segundo o JPMorgan. Uma greve de uma semana pode causar um congestionamento que levaria um mês para ser resolvido, de acordo com a Oxford Economics. O sindicato dos estivadores, a ILA, exige salários mais altos e debate questões de automação, estando disposto a continuar a paralisação “pelo tempo que for necessário”

Guerra X Petróleo

Os preços do petróleo subiram cerca de 3% após o Irã lançar mísseis em retaliação à campanha de Israel contra aliados iranianos no Líbano. O Brent fechou a US$ 73,56 por barril e o WTI a US$ 69,83. Especialistas alertam que um ataque israelense às instalações petrolíferas iranianas pode causar uma interrupção significativa na produção. No Mar Vermelho, os Houthis atacaram embarcações perto de Hodeidah, aumentando o temor de interrupções no fornecimento. Analistas esperam volatilidade no mercado até que a situação se esclareça.

Ouro e Bitcoin

O ouro subiu mais de 1% nesta terça-feira devido ao aumento das tensões no Oriente Médio após o Irã disparar mísseis contra Israel. O ouro à vista chegou a US$ 2.661,63 por onça, enquanto os futuros nos EUA fecharam a US$ 2.690,30. Especialistas alertam que uma guerra generalizada na região pode aumentar a demanda pelo metal.

As criptomoedas começaram outubro em queda, pressionadas pelos conflitos no Oriente Médio. O bitcoin caiu 2,33%, negociado a US$ 62.000, enquanto o ethereum recuou 3,50%, para US$ 2.501. A aversão ao risco devido à tensão entre Irã e Israel levou investidores a reduzir seu apetite por ativos voláteis. Analistas acreditam que juros mais baixos nos EUA e estímulos da China podem ajudar na recuperação das criptomoedas, mas fatores macroeconômicos como eleições e a economia dos EUA ainda influenciarão os preços no curto prazo.

Dólar

O dólar à vista fechou em alta modesta na primeira sessão de outubro, influenciado pela busca de proteção diante da crise no Oriente Médio e pela entrada de capital estrangeiro na renda fixa e na bolsa brasileira. 

A alta da Selic e a procura por ações de commodities, como Petrobras, também afetaram o câmbio. Dados do relatório Jolts acima do esperado e o tom conservador do Fed fortaleceram o dólar. 

A moeda americana fechou em alta de 0,31%, a R$ 5,4641. O dólar futuro para novembro subia 0,20%, para R$ 5,4815. No exterior, o índice DXY avançou 0,44%, enquanto o euro e a libra recuaram.

Ibovespa

O Ibovespa fechou em alta de 0,51% na primeira sessão de outubro, aos 132.495,16 pontos, impulsionado pelo avanço das ações da Petrobras, que subiram devido à alta do petróleo em meio aos conflitos no Oriente Médio. O volume financeiro foi de R$ 23,4 bilhões. 

Petrobras ON e PN subiram 2,67%, enquanto a Vale teve leve alta de 0,49%, apesar da falta de referência do minério de ferro na China. 

Entre os bancos, não houve direção única: Itaú caiu 1,63%, enquanto Bradesco PN e Santander subiram 1,10% e 0,60%, respectivamente. Destaque positivo para MRV, que valorizou 4,56% após a venda de um empreendimento nos EUA. As maiores baixas foram de Assaí (-4,69%), Azul (-4,65%) e Vamos Locação (-2,27%).

A Moody’s eleva a classificação de crédito do Brasil para Ba1

A Moody’s elevou a classificação de crédito do Brasil para Ba1, mantendo uma perspectiva positiva, aproximando o país de recuperar o grau de investimento. A melhoria reflete avanços no crédito e expectativas de crescimento impulsionado pela demanda doméstica e um mercado de trabalho forte. O teto do país em moeda local foi elevado para A3, enquanto o teto em moeda estrangeira subiu para Baa1. A consolidação fiscal gradual deve conter o aumento da dívida e fortalecer a credibilidade da política fiscal.

Time Investfy

Escrito por Murilo

Amigo do clube, cuido da experiência dos membros Investfy.
Fã do mercado financeiro.

Investfy crew.

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