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Tudo escalou muito rápido!

Tudo escalou muito rápido!

Lembram dos primeiros três cenários? E dos outros três? Pois é, chegamos a um patamar-chave: o perde-perde.

Essa foi, inclusive, uma expressão que utilizei em uma participação na CNN esta semana.

Todo o movimento de escalada foi rápido — com imposições de tarifas e retaliações ocorrendo em questão de horas.

Obviamente, e sem nenhuma surpresa, o mercado “descontou” o preço desses movimentos de forma igualmente rápida.
As commodities sentiram o impacto com força, assim como os ativos nos Estados Unidos — especialmente aqueles ligados aos setores afetados. Esses estão no olho do furacão.

Uma escalada dessa magnitude gera efeitos no curto prazo, como vimos nos mercados, mas também consequências no médio e longo prazo. Cicatrizes são criadas, especialmente na economia real.
Imagine o planejamento de uma empresa que depende de variáveis globais: certamente não está nada fácil. E isso será refletido nos indicadores nas próximas semanas e meses.

O mercado americano registrou quedas expressivas em dias de notícias negativas — e altas de mesma magnitude em dias de notícias positivas. Essa é a tradução perfeita do termo volatilidade.

O VIX — índice de volatilidade das opções — atingiu o maior nível desde a pandemia. Inclusive, esse é o principal termômetro para avaliarmos os próximos passos.
Um alívio no VIX significa alívio nos mercados.

Outra curiosidade da semana: os spreads de BID e ASK no mercado americano, no pico das tensões, atingiram o maior nível desde março de 2020.

E agora?

Assim como no título deste artigo, acredito que chegamos ao patamar do perde-perde.

Ambos os países precisam negociar. A grande dúvida era quem faria o primeiro movimento.
Tivemos alguns sinais no fim da semana passada. E, ao contrário do fim de semana anterior, o noticiário mais recente — ao menos até aqui — não carrega notícias extremamente negativas.

Não acredito que estejamos no fim do movimento. Boa parte das tarifas ainda está sobre a mesa.
Mas talvez tenhamos atingido o pico das tensões. A retórica tarifária está presente desde a eleição do Trump, mas a escalada agora foi exponencial: ninguém sai ganhando com isso.

Falando de Brasil: o governo merece um destaque pela postura.

Não comprou a briga — e fez certo.

Não temos tamanho para esse front, poderíamos ser prejudicados e, mais importante, deixar de ganhar com um eventual “rebote” no comércio exterior.

Nosso mercado sentiu o impacto — afinal, somos uma “bolsa de commodities” — e, como mencionei anteriormente, elas foram bem afetadas.
Mas, observando pela ótica da performance relativa (leiam meu artigo sobre isso), nos saímos muito bem frente ao cenário de risco global.

O gráfico abaixo mostra isso: papéis de commodities caindo bem mais do que outros setores.

Seria irresponsável afirmar que a briga acabou — está longe disso.
Mas acredito que chegamos, ou estamos próximos, do pico de tensão no curto prazo nessa guerra tarifária.

No mercado, usamos a expressão data dependent quando estamos à mercê dos dados.

Agora, no meio desse movimento, estamos notícia dependente.

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João Ascoli
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Escrito por João Ascoli

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